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Esculturas



Awolejé, Babalaô, companheiro de Eleejiso
Um certo Awolejé, babalaô companheiro e amigo de Eleejiso, havia lhe indicado o que depois fazer para transformar a aldeia de Ejigbô, secretamente fundada, em uma cidade florescente. Em seguida, dirigiu-se para outro lugar. Em alguns anos, a aglomeração tornou-se uma grande cidade cercada de muralhas e fossos, com portos fortificados, guardas, um palácio para Elejiso, numerosas casa e um grande mercado, onde vinham de muito longe, compradores e vendedores de mercadorias diversas e escravos. Elejigbô vivia em grande estilo e era costume quando se falava de sua pessoa, designá-lo pelo termo bajulador Kabiyesi (Sua Majestade Real). Ao cabo de vários anos, Awolejé voltou e, embora babalaô, nada sabia de grandeza de seu amigo, o comedor de inhame - pilhado chegando ao posto da guarda, na porta da cidade, pediu familiarmente notícias do Ojujan. Os guardas surpresos e indignados com a insolência do viajante para com o soberano do lugar, agarraram-no e bateram-lhe cruelmente e o prenderam. O babalaô, ferido, vingou-se utilizando seus poderes. Ejigbô conheceu então anos difíceis, não sorria mais, as mulheres ficaram estéreis, os cavalos do rei não tinham mais pastos e outros dissabores. Elejigbô fez uma pesquisa e soube da prisão de Awolejé. Ordenou imediatamente que o pusessem em liberdade e pediu-lhe para perdoar e esquecer os maus tratos de que fora vítima.


Iemanjá
É a deusa das águas salgadas, senhora absoluta dos mares e oceanos. Iemanjá significa Mãe dos filhos peixes. Ela está associada à família, à grande mãe. Aqui no Brasil, ela é o orixá mais cultuado, pelo fato de nós termos uma imensa extensão de litoral. Os pescadores e o povo a cultuam intensamente, fazendo-lhe lindas e grandiosas oferendas que lhe são entregues no mar. Iemanjá é representada pela prata, com que são feitos seus objetos de uso, como seu abèbè, leque ritual.


Oxum
Deusa dos rios e da água doce, é o orixá do rio de mesmo nome que corre na Nigéria, em Ijesa e Ijebu. É considerada deusa da fecundidade, pois tem fortes laços com íyámi-ajé (Mãe Feiticeira). Conta uma lenda que, quando todos os orixá chegaram à terra, faziam reuniões em que mulheres não podiam participar. Oxum ficou furiosa de não poder participar e resolveu se vingar tornando todas as mulheres estéreis. Desesperados, eles foram à procura de seus superior e este lhes ordenou que deixassem Oxum participar das reuniões que tudo voltaria ao normal. Depois disso, todas as mulheres voltaram a ser fecundas e todos os projetos obtiveram ótimos resultados. É importante dizer que, com já vimos anteriormente, foi através de Oxum que as mulheres conseguiram os segredos dos dezesseis odù de Ifá, abrindo assim espaço para que as outras mulheres pudessem ter acesso ao oráculo divinatório de Ifá.



Jebusu, rei das pérolas
O rei das pérolas era conhecido como Sapata-Ainon, encarnado em seus Vodunsis (Elégun). Todos os membros da família estavam prostrados diante dele e contavam seus louvores tradicionais. O vodunan, encarregado de cuidar de Deus, fez um pequeno discurso para lhe agradecer por ter salvo a vida da mulher e da criança e colocou do colo de vodunsi a criança de três ou quatro anos de idade. Este se aconchegou em seus braços como o teria feito nos braços de seu avô. Inteiramente à vontade e sem nenhum receio, a criança brincava com as franjas da roupa do deus encarnado.


Oxumaré
Òsùmàrè é o deus do arco-íris, é chamado na África de Serpente-arco-íris. Suas funções são múltiplas: são a mobilidade e a atividade. Uma de suas obrigações é dirigir as forças que produzem movimento. É o senhor de tudo que é alongado. O cordão umbilical, que está sob se controle, é enterrado junto com a placenta, no pé de uma palmeira, tornando-se assim dono do recém-nascido, e a saúde deste dependerá da boa condição dessa árvore. Òsùmàrè é o símbolo da continuidade e da permanência, e algumas vezes é representado por uma serpente que se enrosca e morde a própria cauda; que se enrola em volta da terra para impedi-la de se desagregar. Se perdesse as forças, isso seria o fim do mundo. Eis uma excelente razão para não dos descuidarmos de nossas obrigações. Òsùmàrè é o macho e a fêmea, sua dupla natureza es'ta representada nas cores do arco-íris, que são o vermelho e o azul. Ele também representa a riqueza, pois dizem que no fim do arco-íris há um pote de ouro.

  

Nanã
Nanã é uma divindade muito antiga, sendo considerada por muitos como a avó dos orixá. Sua importância na África é tanta que foi considerada como a ancestral feminina de todas as divindades. Ela está associada com a criação, com a maternidade e sua relação com a lama está relacionada com a agricultura e a fertilidade dos grãos. Dizem que Nanã recebe, em seu seio, os mortos que tornarão possível os renascimentos. Por esse motivo é que dizem que Nanã é a mãe dos mortos e dos ancestrais. Nanã possui vários poderes e por isso é invocada e chamada na terra para testemunhar em todos os tipos de pactos, particularmente nas iniciações e naqueles relacionados com a guarda dos segredos. Em caso de traição, acredita-se que a terra fará justiça.

 

Ibejis
Ibeji é um orixá gêmeo, embora não tenha grande importância entre os orixás por falta de conhecimento e seu culto no Brasil é muito difundido e popular. Esta popularidade deu ao culto e Ibeji algo folclórico. Ele é o orixá das crianças e seu culto é uma festa para as divindades infantis por serem gêmeos, estão ligados ao princípio da dualidade e de tudo que vai nascer, brotar e criar, um rio, uma nascente, o nascimento e o crescimento dos seres humanos e dos orixás, o germinar das plantas. Na Nigéria são cultuados e, se nascem gêmeos, o orixá Ibeji fica encarregado de protege-los. Caso um dos gêmeos venha a morrer, é exigido que se cultue a criança que morreu, para que esta não leve a que ficou viva. Encontram-se muitas estátuas de barro no tempo para substituir o irmão. Oferendas como doces e balas são facilmente encontradas nos pejis (altares).

 

Obalauê
É o orixá deus da varíola, da rubéola e de praticamente todas as doenças. Está associado às doenças contagiosas e pestes em geral, e é perigoso pronunciar seu nome. Ele pune os malfeitores e insolentes enviando-lhes varíola. Está relacionado com a terra, com os troncos e ramos das árvores; por isso é chamado de "Senhor da Terra", ou do interior da terra. Utiliza como instrumento um tipo de vassoura chamada de sàsàrà, que varre, limpa e leva todas as doenças e impurezas, tanto materiais como espirituais, para longe das casas onde ele é cultuado. Obaluàyie (Rei dono da terra) ou Omulu (Filho do Senhor), são os nomes mais comuns desse orixá. Ele é sempre rei ou senhor da terra por estar diretamente ligado a ela. Também podemos dizer que ele é rei de todos os espíritos do mundo, que detém e lidera o poder dos espíritos ancestrais que o seguem e ele oculta, debaixo de sua ráfia, o mistério do nascimento e da morte, o mistério da própria vida. Òluàyié é o patrono dos búzios e do conjunto de dezesseis búzios que servem de instrumento ao sistema divinatório de Ifá, que lhe pertence.


Oranian
Rei mitológico, neto de Oduduwá e sucessor deste no trono de Ole Ifé. Grande guerreiro, fundador de Oyó.


Oduduwá
O orixá Oduduwá - também chamado de Oduduá ou Oduá - é a força feminina da geração. É a figura feminina contrária à figura masculina de Obatalá. Enquanto Obatalá é o céu, Oduduwá é a terra. Ela forma com Obatalá uma espécie de casal primitivo que aqui na criação a figura de Oduduwá parece não poder ser separada de Obatalá e é citada sempre em alguma atividade com ele numa atividade criacional. Como orixá independente, Oduduwá praticamente não tem nenhuma função no culto e é quase que absorvido por Oxalá. Pode se encontrar, inclusive, a versão de que Oxalá seria uma figura mista: seis meses por ano ele seria masculino e nos outros seis meses, feminino. Esta versão baseia-se no fato de que se pode encontrar em Oxalá algumas características de Oduduwá.


 

Obá
Obá é uma grande guerreira, considerada por alguns até como sendo uma guerreira invencível e que não conhece a derrota. Na Nigéria, é a senhora do rio Obá, pois esta grande guerreira, além de estar ligada às guerras, também está totalmente ligada às enchentes, às cheias dos rios, às inundações, ela é quem rege todos os fenômenos, sejam eles de origem natural ou causados por erros humanos. Conta a lenda que Obá foi enganada por Oxum, que a levou a cortar sua própria orelha para oferecê-la em uma sopa para Xangô, e ele, num gesto de repugnância, expulsou-a de seu reino, com tremenda raiva; desta forma Obá passou a ser ligada ao abandono, à solidão; ela é a última gota que faz transbordar nossos sentimentos, e está ligada às atitudes exageradas, excessivas, de explosão, de impulsão, da emoção, de revolta. Se um rio enche e transborda, é porque não mais suporta o seu volume de água, deixando escapar aquilo que já não cabe mais: isso é Obá, essa é a sua regência, seu encantamento, sua influência; ela é o desabafo de uma situação insustentável.



Osanyn
Divindade que cura as doenças. Deus das folhas, originário da cidade de Offa e conhecido também como Baba Ewê.



Ifá
Trazido para o Brasil em 1642 por um grupo de escravos de Elite de Ibadan na Nigéria, o qual estabeleceu seu culto na Capitania de Pernambuco.



 


Orunmilá
Título completamente do Ifá (O céu conhece apenas aqueles que serão salvos).


Um comentário:

  1. Sebastião Lourenço Filho20 de abril de 2012 às 16:26

    Elisete parabéns pelo seu trabalho pois é muito importante oque voce faz pois manter a nossa cultura viva não é fácil. Além do conhecimento sobre a História dos nossos costumes é muito importante podermos passar de pai para filho a importancia de mantermos vivo nossa cultura.

    Ass:Tião Lourenço.

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